Gelatina é uma sobremesa suberpersátil. Sozinha já é uma delícia. Imagina quandomisturada a outros ingredientes, como oleite de coco e o abacaxi,que a deixam com um toque pra lá de especial.
O único detalhe desta receita é que leva rum e, por isso,não pode ser consumida por crianças
Ingredientes
1 pacote de gelatina sabor abacaxi
1 vidro (200ml) de leite de coco
½ xícara (chá) de leite condensado (100 ml)
3 colheres (sopa) de rum
1 xícara (chá) de abacaxi picado e fervido
1 fatia de abacaxi, cerejas em calda, folhas de hortelã e coco ralado para decorar
Preparo
– Dissolva a gelatina em uma xícara de chá de água quente (200 ml)
– Passe para o copo do liquidificador e acrescente o leite de coco, o leite condensado e o rum
– Bata em velocidade alta até ficar homogêneo
– Misture o abacaxi picado a esse creme e coloque em tacinhas
– Deixe em geladeira por 12 horas para firmar
– Decore com abacaxi, cereja, hortelã e coco ralado
Minha história de natal (por Paulo Sérgio de Oliveira Monteiro)
" Novembro de 1968.
O Natal se aproximava e eu não tinha dinheiro para comprar um presente para minha mãe. A sua verdadeira paixão eram as flores e seus vasos. Passamos na casa Cohen (frente ao antigo Sétimo BIB) vi um vasinho de parede em forma de coração com a frase “Para a querida mamãe” : pronto, amor à primeira vista! Entrei na loja e perguntei para o proprietário o valor do vasinho. Confesso que não me lembro do valor, mas era algo inviável para os meus ganhos como vendedor de vidros, ossos, metais, vasilhames que eu achava... Voltei para casa abatido, pois já imaginava aquele vaso junto a imagem de Nossa Senhora Medianeira, a qual minha mãe sempre foi devota. Não falei para ninguém, porém fiquei curtindo a idéia de comprar aquele presente para minha mãe, mas como fazê-lo sem o dinheiro? Passava todos os dias frente à loja para confirmar se estava lá, e estava, como que pedindo pra vir comigo. Juntei uns trocados, coisa tipo metade do valor e voltei à loja. Fiz a proposta para o dono o qual achou graça, mas disse, “eu vivo do que vendo, não fazendo caridade”. Puxa aquilo me machucou um pouco, pois eu acreditava na bondade das pessoas.
No outro dia, voltei com os mesmos trocados e propus para ele pagar o restante em outra oportunidade; também não aceitou. Já meio desesperado tentei convencê-lo em me deixar limpar a loja, vidraçaria, seu carro, qualquer coisa para completar o valor. Também negado. Sentei na calçada e chorei. Pois eu queria muito dar aquela surpresa a minha mãe, e mais triste fiquei ainda quando lembrei que se não tivesse gasto com algum picolé, balas, sei lá, talvez faltasse bem menos. E eu continuei juntando uns trocados, mas faltava ainda um pouco e eu todo dia esfregava o nariz na vitrine para ver o vaso.
Faltavam uns quatro dias para o natal, passei na loja de novo, olhei na vitrine: o caso não estava lá. Chorei, chorei muito, pois seria meu primeiro presente para minha mãe, com dinheiro do meu esforço, mas eu não havia conseguido. Senti-me pequeno e sem valor; sem vontade até de voltar para casa, porque tinha falhado na primeira tentativa de presentear minha mãe. Lembro bem, era fim de tarde, as primeiras luzes se acendiam, viam-se as luzes dos pinheirinhos, as crianças já em ritmo de natal, passeando com os pais com sacolas de presentes, e eu naquela fossa, imaginando porque as coisas não são iguais pra todos... Será que eu era uma criança diferente, sem chance de ser feliz? E ali na calçada mesmo, rezei. Rezei para Deus, que Ele me desse outra oportunidade de presentear minha mãe, pois eu a amava muito e não gostaria de passar outro natal sem presenteá-la.
Levantei me da calçada, olhei mais uma vez para dentro da loja, na esperança ainda de ver o vaso: só aquele vazio. O mesmo vazio que havia dentro de mim. Virei as costas de me afastei da loja. Foi quando alguém chamou: “Guri, ôh guri!”
Voltei o olhar, era o dono da loja me chamando. “Era você que procurava o vaso de parede da ‘mamãe’?”, perguntou-me ele. Sim, respondi, mas acredito que o senhor já o vendeu, pois não está mais lá. Ele então me fez entrar na loja, mostrou-me muitos vasos, de vários preços, tamanhos e cores, mas nem um me agradou: eu queria aquele, de coração, com a frase de mamãe... e que nem estava mais na loja! E eu também nem tinha todo o dinheiro...
O dono da loja então me disse:
- Olha guri, eu nunca tinha visto uma pessoa persistente sobre alguma coisa... e tu me cativou, desde o primeiro dia eu vi nos teus olhos o brilho de quem sabe o que quer e não desiste. Pois saiba que o vaso eu o guardei pra ti, pois tinha certeza que não ias desistir.
Ele trouxe-me o vaso e disse que eu levasse para minha mãe este presente, porque uma mãe que tem um filho assim merece muito mais que isso; que eu não precisava pagar o vaso, porque fazia questão de participar da minha alegria! E o vaso “morou” conosco, mais de trinta anos!!!"